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sábado, 20 de março de 2010

Dama Às Avessas.


Solto minha fera vestida de Seda Maquiada com batom vermelho,
Solto meu cabelo faço palhaçadas e pesadelos,
Solto minha auto-estima, vou direto ao derradeiro.
Caminho de quatro por pedras pontudas
Sou majestosa e rosa púrpura.
Digo alô quando o telefone toca,
Não me prendo em etiqueta, sou feroz, sou voraz, sou uma velha de muleta.
Sou prostituta famosa, sou dedicada à estar em êxtase, ou filha de Alma carente,
Sou mãe de um adolescente.
Meu filho diz que não me ama, eu lhe respondo com um tapa, faço posições inusitadas, para o pão dele não faltar.
Minha saia está surrada, minha meia-calça preta se rasgou,
não foi eu quem cantei essa vida, foi essa vida que me cantou.
Mancho o colarinho branco do terno do homem porque quero me vingar
Saio de salto alto para minha vida continuar.
Bebo álcool e cheiro pó, sou viciada sim, de mim não tenho dó.
Sou fera, sou ferida, sou moça, sou dama da vida.
Falo palavrões, solto o verbo e não me calo, vim de muito Longe vim me buscar, hoje vejo que meu esmalte está lascado.
Meu cigarro é dos mais baratos, me mato dia-a-dia, estou doente, não consigo, minha vida então se acabou.
Vivo me arrastando, ouço coisas que me machucam, sirvo de prazer, para homens que me procuram.
Minha vida é safada, sou uma jovem analfabeta, tenho filho, tenho marido, mas não sou CINDERELA, não sou loira, nem branquinha, meu corpo é trabalhado, sou filho de um negro com uma Mulata misturado.
Digo não para alguns, com isso passo fome, meu coração se corta toda vez que chega um homem.
Sinto o cheiro de enxofre, exalado por aquele ser que ali na minha frente está, de novo tenho que fazer!
Minhas madrugadas são sujas, ao tapa me grudo com outra prostituta, finto a morte todos os dias onde que as vezes eu surto.
Meu fim não está tão longe, mas fazer o que? Medo não tenho da morte!
Sou fina, sou cara, sou digna de um homem de sorte, sou fiel ao meu marido, sou uma mulher sem sorte.
Me entrego á vida bohemia de consolo por não ter nada, tenho medos e desdenhos meu destino é sempre estar pelada.
Sou mulher, Sou filha do Criador, peço desculpas a todo momento escolhi um caminho onde tudo para mim virou tormento.
Peço de Joelhos para que me cure, peço a Deus que não me julgue. Faço por amor o que nunca tive. Me perdoe mãe me perdoe pai, eu sou ainda aquela mesma garotinha de vestidinho de babado e lacinho no cabelo, mas o mundo mudou, hoje sou mulher de desejos, faço tudo, só não me entrego ao desespero, sou leal aos meus sonhos, sonhadora sempre fui e por esses sonhos frustados essa Dama me tornei.

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