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terça-feira, 7 de setembro de 2010

DESABAFO

É quando minhas lágrimas já não suportam mais o peso da consciência que despejam sobre um rosto que diz tanto apenas com um olhar.
Um olhar que as vezes fura, que as vezes dói, que muitas vezes, machuca.
Machuca porque sabe o final dessa história.
Machuca porque já sabe onde tudo isso vai dá.
Sabe porque estou sentado no chão do meu quarto escuro, escrevendo mais uma vez, as verdades que nem eu mesmo sei o que siginifica.
As verdades de um ser que mente.
As verdades de um homem que sequer sabe o que diz.
Mas simplesmente diz, porque a boca foi dada para dizer tudo aquilo que o coração despeja.
TUdo aquilo que a alma derrama.
Derrama toda a dor e angústia de um amor mal vivido, de uma palavra mal dita, de um poema mal recitado.
Ou de uma reta torta, de uma cor sem luz, ou simplesmente uma vida sem vida nenhuma.
Um mundico apertado demais para mim e minha solidão, um mundo onde não comporta meus dois seres, aquele que recita e aquele que critica suas próprias poesias.
POESIAS que muitas vezes não querem dizer nada, apenas dizem que estão aí vivas e escritas para que um olho vivo ou morto que seja, possa lê-lo admirar-se ou espantar-se, a essa altura do campeonato pouco importa.
o cantor sempre acha um jeito de colocar em seus dedos todo o aprendizado que levou anos para adiquirir, enquanto a mim mesmo, todo o aprendizado que adiquirir mal consigo colocar em meu corpo todo. Nunca me apresentei realmente para mim mesmo, esqueci de ler a sinopse de meu personagem. E hoje vou vivendo no improviso cotidiano.
Um improviso que requer muito esforço, de alguém que as forças já não lhe pertencem mais.
Um improviso duro, cruel, porque requer do ator muita malícia, coisa que o tempo já me levou embora.
A malícia das atitudes que falam tanto por mim. E eu, esqueço daí alguns segundos do quanto me fazem bem ou não.
E faço do meu esforço coisa banal, afinal, meus ombros doem sempre que lembro o peso de uma vida toda que levei e as consequências, veem aparecendo dia-pós-dia, como se fossem hoje, quando tudo aconteceu.
E o meu desejo é imenso, desejo de partir e desistir de tudo.
Porque eu sempre tive medo de encarar as coisas, afinal, quando olhamos de frente para alguma coisa, podemos perceber a reação dela para conosco, e a opinião dos outros me sufoca, me reprime, porque eu esqueci de aprender quais eram meus valores íntimos e pessoais. Quem me dera, saber hoje, agora, quem realmente sou.
Se pra mim, o amanhã é apenas uma consequência do que fazemos hoje, e o nosso ontem é o nosso hoje, só que na hora certa do relógio.
E que assim seja. Difícil ou não, mas que seja alguma coisa.

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